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25 de Abril de 2024

Ser advogado em época de eleições

De modo geral, a cada 2 anos passamos por períodos eleitorais. E você advogado? Como está sendo sua postura nas redes sociais?

Eu sempre falo muito sobre como tenho levado minha carreira jurídica até hoje. Não sou de fato nenhuma grande estudiosa de marketing digital ou jurídico, nem mesmo de grandes técnicas de empreendedorismo, prefiro de dizer que sinto ter feeling, ou seja, percepção e sensibilidade para empreender!

Talvez por ter nascido em uma família de empreendedores, meu bisavô era empreendedor, meu avô foi um grande empreendedor do comércio de tintas, meu pai foi também um incrível empreendedor do comércio de tintas e hoje de imóveis. A convivência com eles e minha grande admiração e atenção em tudo que faziam fez talvez com que esse "feeling" aparecesse e me tornou a profissional que sou hoje!

Sabe aquela frase: "Política, futebol e religião não se discute"? Pois então, minha família sempre levou isso muito "à risca". Principalmente quando na conexão da outra frase também muito conhecida: "o cliente tem sempre razão".

Fato que aprendi que quem vive do comércio, do cliente, deve SIM ter uma opinião política, um time de futebol do coração e uma religião. Mas e aí? O que você faz com isso? No meu ponto de vista: GUARDE para você, seus familiares e para amigos mais íntimos que te compreendem e aceitam suas peculiaridades e diferenças.

Recente fato ocorreu que deu a prova real aos ensinamentos que esses familiares tão importantes pra mim me passaram. Apresento aqui o caso do restaurante Maní, localizado no bairro Jardim Paulistano na cidade de São Paulo.

A chef Helena Rizzo, no dia 06 de outubro, publicou no instagram a imagem acima com sua manifestação.

Ocorre que no mesmo momento da publicação, a foto recebeu uma enxurrada de comentários de apoio e também opiniões contrárias nada carinhosas e respeitosas.

A chef Helena e sua equipe podem ter opinião política? SIM, deve inclusive! Mas o que essa exposição da opinião repercutiu para o seu negócio?

Segundo relatos, no dia seguinte seu restaurante estava vazio. Os clientes que antes frequentavam o restaurante começaram uma campanha de #maninão #maninunca. Há quem diga que independente da opinião política achou a imagem muito "pesada", ofensiva e desnecessária. E por que? Simples: cada um interpreta de um jeito!

Sem dúvida alguma a Chef Helena Rizzo não quis ofender seus clientes, obviamente que não. Mas acabou ofendendo, pelo simples fato de que cada um interpreta as situações de acordo com as suas experiências de vida. Por isso precisamos ter muito cuidado com nossas colocações em redes sociais, principalmente quando vivemos dos contratos que firmamos com nossos clientes.

Momentos depois a chef deletou a postagem que fez e publicou uma nova imagem que intitulou de "Esclarecimento", veja:

Independente do esclarecimento, ele pode ter vindo tarde demais, ou não ter conseguido gerar uma calmaria nos ânimos de quem não gostou dos comentários.

Reitero minha posição que a chef, eu, você e qualquer um deve ter uma opinião política, mas você ADVOGADA (O), quando manifesta publicamente tal opinião, gera para o seu negócio algo positivo ou negativo? Será que você deve ligar uma imagem à figura de um candidato ou partido político?

Vejamos alguns outros fatos e exemplos, imagine você em 2018, com os ânimos políticos aflorados como estão, proprietário de um escritório de advocacia na cidade de Nova Pádua/RS e decide manifestar sua opinião política para o Partido PT. Nova Pádua teve 82,75% dos votos para o partido PSL. Logo, imagine você aí o quanto de rejeição da cidade você teria.

Então você me indaga: "Mas Mariana, você quer dizer que as pessoas são imaturas e que não conseguem separar as coisas?".

Sim e não... Muitas pessoas estão realmente tão envolvidas que não conseguem separar o que é opinião política e o que são negócios comerciais. Assim como o restaurante Maní perdeu clientes por conta da sua manifestação, seu escritório em Nova Pádua poderá perder alguns clientes. E de verdade isso não é inteligente, mais uma vez eu repito e te convido para a reflexão:

Seu time de futebol, sua religião, seu partido político, virão te puxar do fundo do poço que a sua manifestação pode te empurrar? Vale a pena colocar em risco o seu negócio, sua vida, suas metas e sonhos?

Fica aqui uma análise e como eu falo sempre no meu canal: Não falo nunca de verdades absolutas, analiso as situações de acordo com as minhas experiências e externo as minhas vivências na advocacia e no meu jeito de empreender!

E por não falar de verdades, te convido a deixar aqui sua opinião, o que você pensa sobre tudo que acabei de escrever aqui!

Vamos lá, vamos conversar, trocar ideias, aproveitando um pouco a experiência de cada um para crescermos ainda mais como pessoas e como profissionais.

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/ser-advogado-em-epoca-de-eleicoes/637227465

23 Comentários

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Moral da história: evite mandar dedadas para seus clientes. Pode - assim, por um infeliz acaso - ofender.

Falando sério, não é correto dizer que não se discute política, religião e futebol.
Mas é um erro grotesco misturar isso com seu negócio. continuar lendo

Virou uma moda agora negar o óbvio. Primeiro ela posta a foto com vários funcionários dando dedo para seus clientes, depois vem negar o que está estampado na foto.

Aliás, ela nem conhece a história do partido que está defendendo, senão pensaria muito antes de achar que ele é democrático, não-racista (que cúpula branca ele tem né?!), sem saber que já desdenharam da mulher, do feminismo, do homossexualismo, mas contam com a preguiça de pesquisar do brasileiro.

Por isso hoje o tal partido nega até o que está na cara ... como o candidato a governo por SP negou a existência do mensalão. continuar lendo

"Sem dúvida alguma a Chef Helena Rizzo não quis ofender seus clientes, obviamente que não."

Nota-se que não quis ofender, tanto que utilizou o dedo do meio para expressar sua opinião inofensiva para com sua clientela.

E depois de expressar sua irrelevante opinião de forma totalmente respeitosa (sic), aprendeu a duras penas que "quem lacra não lucra". continuar lendo

Da mesma forma que tem vídeo circulando com imagens do restaurante vazio, tem vídeos (inclusive colocando um jornal com data para comprovar que é atual), com o restaurante bem cheio (poderia te mandar o link, se eu soubesse como rs).

Foi o que eu falei, difícil saber o que é verdade. Qualquer vídeo favorável ao Bolsonaro, seus eleitores circulam loucamente como verdade absoltura. Qualquer vídeo favorável ao Haddad, idem.

Com relação à escolha do consumidor, mas é lógico que ele tem direito a fazer isso. Agora, se ela protesta contra homofobia, racismo, misogenia, etc, e a pessoa não vai mais lá por conta desse protesto, só assume que concorda com essas ideologias. continuar lendo

Ana Silva e Alves
Adotar o dístico de um partido (no caso o elenão) para depois dizer que não é apoio político, desculpe-me, mas no no meu dicionário, é hipocrisia.
Aliás, tentar pregar etiquetas (homofóbico, misógino, racista, etc.) é tática política de quem não tem argumento. Ainda, manipular vídeos, para tirar declarações de contexto, destacando apenas a parte que se possa interpretar como justificadora da etiqueta, é, no mínimo, canalhice.
Cordiais Saudações. continuar lendo

Olá, José Francisco Albarran!

Agradeço seu construtivo comentário.

Não sou eleitora do PT, nem do Bolsonaro. O mundo não é uma dicotomia. E ver do lado de fora o que está acontecendo é inacreditável.

Acredito que da mesma forma que o PT faz vídeos fora de contexto (muito embora as frases ditas pelo Bolsonaro não se adequem a contexto nenhum), a turma do Bolsonaro também faz a mesma coisa.

Ambos (pestistas e Bolsonaristas) possuem políticos de estimação.

Ademais, acredito que o movimento "Ele não" não partiu do PT. Partiu de todos os eleitores que repudiam o Bolsonaro e suas ideologias agressivas. Inclusive, na passeata quem estava lá era a Marina e não o Haddad (em São Paulo).

A moça do restaurante pode muito bem dizer "Ele não" e lutar contra a corrupção de qualquer partido que for, inclusive do ex-partido que o Bolsonaro fez parte por tanto tempo, já que teve mais políticos alvo da Lava-jato do que do próprio PT.

Se as pessoas, no alto de seus privilégios, não tem nenhuma empatia com as minorias, meu caríssimo colega, significa que falhamos miseravelmente como seres humanos.

Um abraço e uma excelente semana! continuar lendo

Excelente texto Mari. Acredito nas suas palavras e compartilho do seu pensamento, muito sensato! A opinião política deve existir, mas demonstrada de forma respeitosa, pois no final, o que vale é o voto nas urnas! Essas manifestações fervorosas presentes nessas eleições tem que surtir efeito nas urnas e o povo brasileiro tem o maior poder de todos. Votou, não gostou, troca/tira! continuar lendo